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  O 
tarô é um baralho de cartas que além de servir para jogar 
é muitas vezes usado como meio de predição do passado, da 
situação presente de quem consulta e algumas vezes do futuro.  
Os primeiros baralhos de tarô apareceram pela primeira vez na Europa cristã 
com os mamelucos do Egito em um tempo anterior a 1367, data em que pela primeira 
vez se documentou sua existência, em Berna na Suíça.  As 
primeiras fontes na Europa descrevem um baralho com 52 cartas. Os naipes eram 
Cimitarras, Bastões, Copas e Moedas. Esses desenhos evoluíram rapidamente 
aos naipes básicos latinos (Espadas, Paus, Copas e Ouros) que ainda são 
usados nos naipes tradicionais de cartas espanholas e italianas.  Não 
é possível determinar uma data exata para o aparecimento das cartas 
de tarô, porém estima-se que os primeiros naipes foram feitos perto 
de 1440. O jogo somente pareceu ganhar força em 1450, ano de jubileu na 
Itália, que implicou muitas festas e grande movimento de peregrinos. Até 
esse momento todos os documentos apontam a origem das cartas na alta classe da 
sociedade italiana, especificamente nas cortes de Milão e Ferrara, nessa 
época, as cortes mais exclusivas da Europa.    Os primeiros exemplos 
conhecidos constituíam-se em um sistema particular de enviar mensagens 
de diferentes conteúdos e idéias filosóficas, sociais, poéticas, 
astronômicas e heráldicas. Por exemplo, o maço de tarô 
conhecido mais antigo foi produzido para mostrar o sistema dos deuses gregos, 
um tema em moda na Itália daquela época. Sua produção 
pode ter acompanhado uma celebração triunfal do duque de Milão, 
Fillipo Maria Visconti, isto é, o propósito desse tarô foi 
expressar e consolidar o poder político na cidade (como era comum em outras 
obras de arte dessa época). O historiador italiano Giordano Berti supõe 
que foi o próprio duque de Milão o inventor do tarô.  Durante 
muito tempo as cartas de tarô permaneceram como um privilégio da 
alta classe, ainda que em alguns sermões do século XIV lançavam 
ofensivas contra o demônio inerente nas cartas. Entretanto a Igreja Católica 
e a maioria dos governantes civis não condenavam as cartas de tarô 
nos primeiros tempos de sua aparição.  As 78 cartas estão 
divididas em Arcanos Maiores e Menores. Arcano provém do latim arcanum, 
que significa mistério ou segredo.    Os Arcanos Menores são 
56 cartas divididas igualmente em quatro paus, as "baixas" ou "falsas" 
numeradas de As (1) a dez, mais as "honras" ou "figuras" que 
são os personagens da corte: Sota, Rainha, Rei e Cavalheiro. Os paus são 
os mesmos de um baralho comum, alguns maços utilizam as espadas, copas, 
bastão e ouros.  Em respeito às cartas denominadas Arcanos Maiores, 
22 no total, como jogo, somente se mostra o número romano em cada carta, 
mais um desenho que é o mesmo em cada carta. Nas variedades para a interpretação 
esotérica, cada arcano representa uma imagem de caráter arquétipo, 
com numerosos simbolismos. Em muitos naipes de tarô, estas cartas têm 
geralmente um número romano e um nome. Ainda que haja naipes que somente 
tenham a imagem, os tarôs mais antigos não têm nem número 
nem nomes para esses arcanos. Mesmo assim, a ordem não se encontra padronizada. 
De qualquer modo, os nomes e numerações para cada carta são 
as seguintes:    I. Le Bateleur (O Mago)  II. 
La Papesse (A Sacerdotisa)  III. L'Impératrice (A Imperatriz)  IV. 
L'Empereur (O Imperador)  V. Le Pape (O Papa)  VI. L'Amoureux (O Namorado)  
VII. La Chariot (O Carro)  VIII. La Justice (A Justiça)  IX. L'Hermite 
(O Eremita)  X. La Roue de Fortune (A Roda da Fortuna)  XI. La Force (A 
Força)  XII. Le Pende (O Pendurado)  XIII. La Mort (A Morte)  
XIIII. Tempérance (A Temperança)  XV. Le Diable (O Diabo)  
XVI. La Maison Dieu (A Torre)  XVII. L'Étoile (A Estrela)  XVIII. 
La Lune (A Lua)  XIX. Le Soleil (O Sol)  XX. Le Jugement (A Justiça)  
XXI. Le Monde (O Mundo  Sem Número. Le Mat (O Louco) 
 |   VIII. 
La Justice  |   XI. 
La Force  |   XIIII. 
Tempérance  |    |   |  
 |  
 |   
 Ignoram-se 
quando se começou a usar o tarô para adivinhação. O 
tarô é jogado na Itália desde o século XV e no século 
seguinte se propago em muitas regiões da Europa: em primeiro lugar na França, 
depois na Suíça, Bélgica, Alemanha e Áustria. A adivinhação 
com tarô aparece com segurança na Itália e na França 
do século XVIII.  As cartas de tarô foram associadas com o misticismo 
e a magia. Entretanto, até os séculos XVIII e XIX não foi 
adotado por místicos, ocultistas ou sociedades secretas.  Ainda que 
as cartas de tarô se utilizassem para predizer a fortuna na Bologna no século 
XVIII, foram publicadas originalmente como um método de adivinhação 
por Jean-Baptiste Alliette (também chamado "Etteilla"), um ocultista 
francês que reverteu às letras do seu nome e trabalhou como adivinhador 
pouco antes da Revolução Francesa.  Etteilla 
desenhou o primeiro baralho de tarô esotérico, acrescentando atribuições 
astrológicas e motivos egípcios a várias cartas, alterando 
muitos dos desenhos marselheses, e acrescentando significados adivinhatórios 
no texto das cartas.  Mais tarde, mademoiselle Marie-Anne Le Normand popularizou 
a adivinhação e a profecia durante o reinado de Napoleão 
I. Isto se deu ao fato da influência que teve sobre Josephine de Beauharnais, 
a primeira esposa de Napoleão.  O interesse no tarô para a adivinhação 
a cargo de outros ocultistas chegou depois, durante o auge dos Herméticos, 
na década de 1840, na qual (entre outros) esteve envolvido Vitor Hugo. 
A idéia de cartas como chave mística foi desenvolvida posteriormente 
por Eliphas Lévi e passou ao mundo de fala inglesa por a "Ordem Hermética 
do Amanhecer Dourado". Lévi, e não Etteilla é considerado 
por alguns o verdadeiro fundador das escolas mais contemporâneas de Tarô. 
Sua Dogme et Ritual de la Haute Magie de 1854 introduziu uma interpretação 
das cartas que as relacionava com a Cabala .     |